
Um Assunto que interessa as mulheres, que chama a atenção dos homens e que tem movimentado o mercado mundial. Muito mais do que uma palavra, ou um objeto, o LUXO tornou-se maneira de viver. Confira um Clipping Completo sobre o mercado de luxo na atualidade.
Se quiser saber mais, indico o site da FAAP - Gestão em MErcado de luxo, lá voê se cadastra e recebe notícias de todos os parâmetros do luxo nacional e internacional.
LUXO: UM MERCADO DE DESEJOS
por Naísa Modesto
(site catho.com.br)
Responsável por uma movimentação em torno de US$ 400 bilhões por ano no mundo, o mercado de luxo conquistou definitivamente seu espaço no Brasil. Carros de último tipo, empreendimentos imobiliários de altíssimo padrão, roupas de grife, gêneros alimentícios exclusivos e lugares badalados: esse mercado engloba os mais variados artigos, mas trabalha com duas características semelhantes - desejo e marca.
"O mercado de luxo no Brasil vem apresentando um grande crescimento e chamado bastante a atenção da imprensa desde o período de estabilidade econômica, na década de 90", explica André Cauduro D’Angelo, autor do livro "Precisar, não precisa" (Lazuli Editora).
A obra foi escrita a partir da dissertação de mestrado feita por ele, em que foram entrevistados 26 personagens inseridos no universo do luxo - tais como profissionais e consumidores.
Os artigos de luxo conquistam seus consumidores com apelos simbólicos e não-funcionais. "Boa parte dos consumos que desenvolvemos no nosso dia-a-dia é mais baseada em atributos simbólicos que tangíveis, e o mercado de luxo é um segmento em que essa afirmação é sublimada", completa D’Angelo.
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Essas marcas vendem símbolos, valores e glamour, e é por isso que as pessoas consomem seus produtos. Segundo o autor, os artigos de luxo são referenciais de bom gosto e de status, além de satisfazerem um prazer pessoal. "Todo consumo é parcialmente intrínseco (compramos o produto pela razão funcional ou pelo prazer que ele pode nos proporcionar privadamente) ou extrínseco (qualidades simbólicas que os produtos têm de comunicar, para os outros, coisas a nosso respeito)", explica.
Neste ponto, falamos sobre o que D’Angelo chama de compra orientada, ou seja, que tem o objetivo de filiação a um grupo ou distanciamento de outros que não são referencias de gosto, elegância e poder.
Toda essa lógica é apoiada por um certo código de conduta que se transfere também para as aquisições que as pessoas fazem. Por exemplo, quem tem sua profissão diretamente ligada ao mercado de moda precisa estar alinhado com as tendências e conhecer o que está em alta, por isso também passa a ser um consumidor desses artigos. Para um executivo, os códigos podem ser diferentes, e mesmo assim o luxo pode estar inserido no universo dele.
LUXO PARA QUEM?
D’Angelo identificou que, de maneira geral, os consumidores do luxo são pessoas de classe média e alta que estão em dois momentos de vida bem distintos: podem ser profissionais bem estabelecidos, com família formada e carreira promissora, ou profissionais de sucesso jovens, no início de carreira, que ainda não constituíram família.
FENÔMENO ECONÔMINO OU CULTURAL?
Dois fatores foram decisivos para o crescimento do comércio de artigos de luxo: a abertura das exportações e a estabilidade da moeda. Esses acontecimentos tratam de aspectos econômicos, mas é importante observar que existe ainda um grande processo cultural e social que diz respeito à sofisticação dos gostos. "Hoje, os símbolos de identificação da classe média brasileira são vinculados a produtos de luxo e também à apreciação da arte, bebidas finas, coisas desse tipo", completa o autor.
O luxo é um mercado que também gera empregos, e por ter exigências de nível internacional e cosmopolita contribui para melhorar os padrões de produtos e serviços brasileiros - em virtude da competição entre marcas nacionais e estrangeiras. Adicionalmente, estimula empreendedores brasileiros a investirem em artigos de alto padrão.
Socialmente, o comércio desses artigos entre os países revela um cidadão mais globalizado. "O consumidor acaba mais atento aos fenômenos que ocorrem fora do Brasil em razão do contato com as marcas", diz.
D’Angelo, que também ministra um curso sobre esse mercado, resume: "A principal habilidade das marcas de luxo não é somente fazer produtos bem-feitos e bonitos, mas transformá-los em objetos de desejo."
BRASIL - MERCADO - LUXO - CONSUMOMercado de luxo aumenta no BrasilEmbora ainda seja um mercado emergente no PAIS, o SETOR movimenta, em média, US$ 2 bilhões por ano e ESTA em ascendência
Marcella Sobral(Globo Online)
Rio de Janeiro - Um mercado que abrange apenas 0,27% da população brasileira não deveria ter grande importância na economia nacional. Porém, quando esta mínima parcela envolve consumidores com renda média familiar superior a R$ 50 mil mensais, tudo muda de figura.
Embora ainda seja um mercado emergente no Brasil, o luxo movimenta, em média, US$ 2 bilhões por ano e é um setor em ascendência, com tendência de crescimento de 35% ao ano, de acordo com números do livro “Atlas da exclusão social”, da Editora Cortez.
E o crescimento não é notado apenas no Brasil. Em 2004, as principais marcas de luxo no mundo lucraram 45% a mais do que no ano anterior.
“O luxo existe desde sempre, mas, no Brasil, é algo emergente. Até porque o País é muito novo em comparação a países da Europa, por exemplo. Esses países já têm o costume de estudar o luxo há muitos anos, coisa que se iniciou no Brasil há pouco tempo. Outros países já passaram pela fase de ostentação, enquanto o Brasil ainda está passando”, explica Kátia Faggiani, uma das pioneiras do estudo de bens de luxo no Brasil e coordenadora do curso de marketing de produtos de luxo, da Fundação Getúlio Vargas.
O conceito de luxo mudou. De acordo com Kátia, nos últimos anos, os ricos aumentaram seus gastos com habitação, saúde, educação e reduziram os custos com vestuário, transporte, higiene, recreação e cultura. O aumento de gastos com educação é resultado das necessidades impostas pelo mercado de trabalho.
Em outras palavras, a tendência é de que o luxo deixe de ser apenas um símbolo de status social e passe a ser encarado como um sinal de desenvolvimento, evolução individual e de escolha pessoal.
Assim, aumentam as associações do luxo com conscientização ecológica, segurança, diversidade cultural e paz.
O luxo moderno é muito mais do que jóias ou carrões. Luxo hoje não está ligado somente ao preço, mas também à exclusividade e à qualidade de vida, ao prazer, ao lúdico.
“Luxo é uma forma de se diferenciar, ostentar é kitsh”, defende, citando o estilo Chanel como um básico luxuoso.
Um simples café expresso, dependendo da procedência, pode ser tão luxuoso quanto uma bolsa da Louis Vuitton. Claro que produtos tão especiais têm, geralmente, preços elevados, mas isso não é o mais importante para o consumidor com esse perfil, que varia de pessoa para pessoa.
Há quem veja luxo na exclusividade, no bem-estar, outros só quando o produto está associado à tradição e à história, e os que assumem produtos artesanais e criativos como itens de luxo. Para todas as opções, uma mesma premissa: é preciso ter qualidade e serviços impecáveis, sem erro.
“É um consumidor exigente, o tipo de cliente que se tudo correr bem, não vai notar.
Mas, é um cliente que presta atenção na falha, é quase uma criança mimada, que repara até na caneta com que vai assinar o cheque”, analisa Cecília Mattoso, diretora de pós-graduação da Escola Superior de Propaganda e Marketing, ESPM, Rio, que também investiu na criação de um curso sobre o tema, marketing premium, com início previsto ainda para este segundo semestre.
Lojas investem para agradar o clienteOutra regra para agradar a este consumidor, e, conseqüentemente, fazê-lo comprar mais e mais, é surpreendê-lo.
“Você tem que dar ao seu cliente mais do que ele pensou, o que ele não sonhou. Você tem que dar o inesperado. O esperado, ele já tem”, diz Fátima Lomba, proprietária da exclusivíssima Novamente, com apenas duas filiais no País, ambas no Rio, uma na Barra da Tijuca e outra no centro da cidade.
Uma das ferramentas que Fátima encontrou para surpreender está pendurada na arara do conceituado, e hermético, estilista Felipe Eiras. Junto com os modelitos, para evitar dúvidas e perda de tempo na hora de se vestir, Cristal, filha de Fátima, fotografou as diferentes formas de usar cada look.
Outro momento delicado é quando há um grande evento na cidade como a abertura de um festival, o lançamento de um produto ou um casamento tradicional.
“Acompanhamos quem comprou o que em cada loja para ninguém chegar ao evento com a mesma roupa”, conta, ressaltando a importância da fidelização do cliente nos dias de hoje.
“Se você não fidelizar o seu cliente, está morto no mercado”.
Essa prática ultrapassa a barreira das paredes da loja. “É você enviar ingressos para um show na melhor mesa, por exemplo. Por mais que o cliente tenha dinheiro, geralmente, estes lugares já estão reservados”, afirma.
E acrescenta: “Assim, você proporciona um prazer que o Mastercard não compraria, que não está disponível no mercado. São sutilezas”, diz Cecília, brincando com o slogan do cartão de crédito.
Mas, no ponto de vista da professora Cecília Mattoso, os serviços oferecidos para o consumidor de luxo ainda deixam muito a desejar no Brasil.
“O mercado brasileiro não está preparado para atender a este consumidor. O gestor, o gerente, tem que dar mais treinamento aos funcionários, tem que entender melhor as necessidades e valores deste consumidor, que é muito exigente, presta atenção nos detalhes, e tem acesso a bons serviços do Primeiro Mundo, onde há respeito ao consumidor”, ressalta a professora Cecília Mattoso.
Consumo de luxo é recorde em São PauloDe acordo com a professora Cecília Mattoso, a forma de atrair e agradar cada vez mais o consumidor de luxo é uma só: nada pode dar errado. É preciso que as coisas ocorram bem, sejam rápidas e encadeadas, com processo bem definido. “A pessoa que trabalha com mercado de luxo deve ser um consumidor de luxo em potencial, ter obsessão pelos detalhes. Isso nada tem a ver com dinheiro. Tem mordomo por aí que sabe mais de luxo até que as próprias pessoas da alta sociedade”.
No Brasil, São Paulo é a cidade líder em consumo de luxo, responsável por 75% deste mercado. O Rio de Janeiro, embora responda por menos da metade desta porcentagem, tem, de acordo com Cecília, mais personalidade para consumir luxo. “O Rio é ponta de linha. Busca e consegue ter um estilo próprio, tem uma leitura diferente, um certo despojamento”, elogia ela, dizendo que há muito os cariocas já aprenderam a substituir o brilho ostensivo por um jeans - milionário - da italiana Diesel, reconhecido a quilômetros por quem gosta e entende do assunto. Em terceiro lugar no ranking nacional está Brasília, com uma mentalidade mais antiga sobre mercado de luxo, ainda apostando mais na ostentação do que na personalidade dos produtos.
Saber consumir é um dos artigos mais importantes do mercado de luxo que, para não fugir à regra, não está à venda. “Você pode até usar uma peça falsa, se você já tem uma posição bem estabelecida”, garante Cecília, defendendo que a postura em relação à peça também pode funcionar de forma inversa. “Se você não sabe ler os códigos de um Versace, pode ficar over”, alerta.
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