sexta-feira, 29 de maio de 2009

Figurinos de "Os Troianos" tem influência de deuses e ritos africanos



A originalidade e a ousadia já podem ser consideradas características marcantes da montagem de “Os Troianos”, ópera de Hector Berlioz (1803 – 1869), que vai estreou neste XIII Festival Amazonas de Ópera (FAO) no dia 24 de maio, às 18 horas, no Teatro Amazonas. Um claro exemplo destas características poderá ser visto nos figurinos das personagens do espetáculo, que trajarão roupas que terão a influência dos deuses e ritos africanos. O XIII FAO é uma iniciativa do Governo do Estado do Amazonas, através da Secretaria de Cultura, com patrocínio do Bradesco e apoio da Petrobras.

Grandioso. Este é outro adjetivo que pode ser aplicado à montagem em questão. Para o figurinista Olintho Malaquias, responsável por todas as roupas e adereços de “Os Troianos”, o caráter monumental do espetáculo se revelou um grande desafio. “Só para este espetáculo são mais de 500 trocas completas de figurinos. Isso é um número bastante elevado. Mas temos que considerar que esta é uma ópera de cerca de cinco horas de duração”, comentou Malaquias.

Segundo Malaquias, a intenção do diretor cênico do espetáculo, Caetano Vilela, era mostrar a personalidade de cada um dos heróis troianos de uma forma diferenciada e que buscasse inspiração em algo totalmente inusitado. “Ele (Vilela) ficou com esta idéia muito forte de representar cada herói troiano através de uma entidade ou orixá africano. Para isso, estudamos o caráter de cada uma destas personagens e encontramos uma entidade equivalente. Assim, Enéas, o herói troiano, será representado por Xangô, Dido, a rainha de Cartago, Iansã, que tem como cor marcante, o vermelho”, disse.


Outras entidades que estiveram presentes, além de Iansã e Xangô, são Oxalá, Ewa, Oxumaré, Iemanjá e Longun-Edé, que são identificadas por cores específicas, como o amarelo, vermelho, azul, branco e verde. Os materiais utilizados na confecção das peças também são de extrema originalidade, segundo conta Malaquias. “Tínhamos a idéia de usar jeans em alguns figurinos em um primeiro momento, mas aí, percebemos que o material não tinha muita conexão com a proposta final do espetáculo e então mudamos e acabamos decidindo renda, algodão cru até tecido de fralda”, explicou o figurinista.

Conforme Malaquias, como um dos principais direcionamentos do diretor cênico era unir uma parte da cultura e das tradições religiosas africanas com os ritos indígenas da Amazônia, a entidade Oxossi reunirá essa combinação de elementos. “Como há um forte sincretismo religioso que o Caetano quer mostrar, essa entidade terá um adereço para cabeça que lembrará um cocar indígena, feito de penas e sementes”, finalizou o figurinista.

Para quem ficou curioso para saber qual o produto final deste verdadeiro mix entre a cultura greco-romana, a África e até a Amazônia que será a montagem de “Os Troianos” deste XIII FAO já pode adquirir os ingressos para o espetáculo na Bilheteria do Teatro Amazonas, pelos valores entre R$ 5 e R$ 80, lembrando que outras duas récitas do espetáculo acontecem até hoje, 28 de maio, no Teatro Amazonas, às 18 horas. Maiores informações sobre a programação completa do XIII FAO basta acessar o site www.amazonasfestivalopera.com.

Foto: o figurinista Olintho Malaquias

* SERVIÇO: “OS TROIANOS”, DE HECTOR BERLIOZ - XIII FESTIVAL AMAZONAS DE ÓPERA Local: Teatro Amazonas, Centro Cultural Largo de São Sebastião, s/n, Centro;
Datas: 24 de maio (estréia), 26 de maio (2ª récita) e 28 de maio (3ª récita);
Horários: todas às 18 horas;
Ingressos: à venda na Bilheteria do Teatro Amazonas;
Maiores informações: 3232-1768 (Bilheteria do Teatro Amazonas);

*FICHA TÉCNICA:

*ELENCO:

Énée, Herói Troiano filho de Venus e Anchise – Michael Hendrick, tenor (USA);
Chorèbe, Príncipe Asiático, noivo de Cassandre - Kevin Greenlaw, barítono (UK);
Panthée, Sacerdote Troiano, amigo de Énée - Fabrício Claussen, barítono (Brasil);
Narbal, Ministro de Didon - Sávio Sperandio, baixo (Brasil);
Iopas Tyrian, Poeta da Corte de Didon - Geilson Santos, tenor (Brasil);
Ascagne, Filho adolescente de Énée – Manuela Freua, soprano (Brasil);
Cassandre, Filha de Priam - Marquita Lister, soprano (USA);
Didon, Rainha de Cartago, viúva de Sichée, príncipe de Tyr – Luiza Francesconi, mezzo-soprano (Brasil);
Anna, Irmã de Didon – Kismara Pessatti, contralto (Brasil);
Hylas, Jovem Marinheiro frígio – Leandro Lacava, tenor (Brasil);
Priam, Rei de Tróia – Murilo Neves, baixo (Brasil);
Comandante grego - Eli Soares, barítono (Brasil);
Fantasma de Hector – Alexander De Paula, baixo (Brasil);
Helenus, Sacerdote Troiano filho de Priam – Fabiano Cardoso, tenor (Manaus);
Um soldado troiano - Jair Jr., baixo-barítono (Brasil);
Um soldado troiano - Adriano DiSidney, barítono (Brasil);
Mercure - Alexander De Paula, baixo (Brasil);
Grande Sacerdote de Plutão - Eraldo Auzier, baixo (Manaus);
Prolyxène - Irmã de Cassandre – Jaiana Souza da Silva (Manaus);
Hécube, Rainha de Tróia - Elaine Martorano, mezzo-soprano (Brasil);

*INTERPRETAÇÃO:
Companhia de Dança do Amazonas
Coral do Amazonas
Orquestra Amazonas Filarmônica

*DIREÇÃO MUSICAL E REGENCIA:
Laurent Campellone (França)
*DIREÇÃO CENICA E ILUMINAÇÃO:
Caetano Vilela (Brasil)
*CENARIOS:
Renato Rebouças (Brasil)
*FIGURINOS:
Olintho Malaquias (Brasil)
*COREOGRAFIA:
Jorge Garcia (Brasil)

Fonte: Sec-AM

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